skip to Main Content

Miguel de Castro Neto encerrou o ciclo City Café em 2019

Miguel de Castro Neto, coordenador do NOVA Cidade: Urban Analytics Lab, foi o convidado da última sessão do City Café em 2019, numa sessão dedicada ao tema “Desencadear o Poder dos Dados nas Cidades”.

O Porto Innovation Hub voltou a receber, esta quinta-feira, uma nova edição do City Café, a última deste ano. Desta vez, o orador convidado foi Miguel de Castro Neto, professor auxiliar e subdiretor da NOVA Information Management School (NOVA IMS) – Universidade Nova de Lisboa, onde é também coordenador da pós-graduação em Smart Cities, sendo, por isso, o convidado ideal para abordar o tema em debate: “Desencadear o Poder dos Dados nas Cidades”.

“Os dados vieram mudar a forma como gerimos as cidades. No entanto, este fenómeno não deve representar uma novidade para todos nós, porque em Portugal já formamos cientistas de dados há 30 anos. Acho extraordinário que algumas pessoas considerem isto uma novidade”, começou por referir o ex-secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza.

Miguel de Castro Neto dedicou grande parte da sua apresentação ao conceito “Smart Cities” e ao impacto que a concretização das “cidades inteligentes” podem vir a ter no dia a dia dos cidadãos. Esta tese foi fundamentada com recurso a vários exemplos e casos de sucesso.

“Ao contrário do que se possa pensar, o conceito de ‘cidades inteligentes’ não está exclusivamente ligado ao fenómeno da digitalização. Veja-se o caso da ‘Secção dos Municípios e Cidades Inteligentes’ da Associação Nacional de Municípios Portugueses, que nos indica que 140 dos 308 municípios de Portugal já têm responsáveis políticos e técnicos a operar na área das smart cities. Isto revela-nos uma clara tendência para uma maior preocupação do Estado com esta necessidade”, afirmou o convidado, que foi também considerado personalidade Smart Cities do Ano, pela Green Business Week/Fundação AIP, em 2017.

De acordo com Miguel de Castro Neto, cada vez mais, os dados, sejam eles de domínio público ou privado, devem estar disponíveis, sobretudo porque “podem impactar positivamente o planeamento da gestão de uma cidade”.

“Ter noção desta inteligência coletiva também é um facto relevante, até porque confere transparência à estão pública e privada de uma cidade e melhora a sua eficiência”, defendeu o atual coordenador do NOVA Cidade: Urban Analytics Lab.

Neste capítulo, “Portugal é líder mundial” e é, por exemplo, “o país que mais utiliza o mecanismo do Orçamento Participativo, “uma ferramenta que as pessoas apreciam cada vez mais”.

No que diz respeito aos desafios que devem ser encarados nos próximos anos, Miguel de Castro Neto apontou como prioritária uma redefinição e priorização da estratégia pública das cidades, tirando proveito de vários mecanismos como, a título exemplificativo, o Wi-Fi público.

“Esta ferramenta é uma grande oportunidade de conhecer a cidade e as pessoas que nela se movimentam diariamente. O problema que se coloca aqui é o desafio de cativar as pessoas a utilizar com mais frequência o wi-fi público, em vez dos dados móveis e do roaming. Para isso é necessário pensar numa estratégia que traga ganhos com este serviço, que é disponibilizado gratuitamente”, referiu o orador.

Por fim, a sessão terminou com o tradicional momento de participação do público.

A iniciativa City Café promete regressar no início do próximo ano e tem como objetivo trazer ao Porto Innovation Hub um convidado por mês, numa lógica de promoção do diálogo entre as equipas do Município e especialistas externos.

Recorde-se que pelo City Café já passaram John Lynch (25 de julho), designer e fundador da Context Studio, Bernadette Wesley (10 de outubro), consultora organizacional, e Rui Coutinho (21 de novembro), diretor-executivo do Centro de Inovação Empresarial da Porto Business School.

Participantes fazem balanço positivo das primeiras edições

De acordo com um inquérito de satisfação da iniciativa, o City Café tem correspondido, em grande medida, aos anseios dos participantes que se mostram satisfeitos com esta atividade, além de considerarem os temas explorados pertinentes no dia a dia e nas suas profissões.

Entre as principais características apreciadas pelo público, realçam-se, sobretudo, a abordagem informal dos temas em debate, o ambiente descontraído e a interação com o apresentador como principais pontos positivos do City Café. Por outro lado, como sugestões apresentadas sublinha-se a necessidade de apresentar um maior número de casos práticos e de reequacionar o horário da iniciativa, que por norma se realiza às 13h30.

Contudo, segundo os participantes das sessões anteriores, todos têm vontade de regressar ao Porto Innovation Hub para participar novamente nesta atividade. Entre os vários temas sugeridos para próximas edições, destacam-se a “Inovação na mobilidade e transportes dentro das cidades”, “Motivação de equipas” ou “Smart Cities”, entre as propostas mais solicitadas.

Back To Top