Paulo Maia desafia-nos a usar os dados para contribuir para uma sociedade mais inclusiva
A mais recente sessão do City Café, uma iniciativa da Câmara Municipal do Porto dinamizada pelo Porto Innovation Hub, incidiu sobre “Dados e Inovação Inclusiva”, com a participação do orador Paulo Maia que despertou a audiência para importantes reflexões sobre o papel dos dados na transformação social.
Paulo Maia, formado em bioengenharia pela FEUP, é lead data scientist na NILG.AI, dedicando-se ao apoio estratégico e desenvolvimento em inteligência artificial. Além disso, é um ativo voluntário no projeto Data Science for Social Good Portugal, onde a sua paixão por dados se alia ao propósito de gerar impacto positivo na sociedade.
Dar forma à inovação inclusiva
Paulo Maia compartilhou experiências sobre projetos inovadores que visam a inclusão social, tendo delimitado a abordagem prática que habitualmente carateriza estes processos, desde a compreensão das necessidades das organizações parceiras até à entrega e avaliação dos projetos. Entre os principais desafios desta atividade, o orador destacou o desafio de recrutar voluntários, uma vez que a disponibilidade das pessoas é muitas vezes condicionada, e a necessidade de avaliar constantemente o impacto dos esforços.
No universo do terceiro setor, os projetos de dados revelam ter um papel crucial. Paulo Maia explorou diversas categorias, desde a análise e relatórios até testes e modelagem, exemplificando com projetos concretos. Um projeto piloto com o Rotaract Santo Tirso, analisando dados de peditório, e a colaboração com a Associação CAIS para desmistificar estigmas foram destacados como casos emblemáticos.
A automação, como ferramenta para otimizar processos, também foi abordada. Um exemplo prático foi a otimização da preparação de cestas semanais da Fruta Feia, destacando a eficácia de soluções simples, como o uso de documentos do Google (spreadsheets). O convidado também compartilhou um projeto recente em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa, no qual dados abertos e inteligência artificial foram usados para melhorar a acessibilidade urbana, sobretudo para pessoas com mobilidade reduzida, especificamente pessoas que usam cadeiras de rodas.
Mas onde estão os dados?
Paulo Maia aproveitou a oportunidade para indicar os locais/sítios onde é possível encontrar dados para projetos inovadores. Desde plataformas de dados abertos, como Dados.gov.pt e a própria Câmara Municipal do Porto (e portais de outras autarquias), até ao contacto direto com associações e a geração de dados, todos representam formas de recolher dados e contribuir para a comunidade.
Nesta sessão do City Café houve tempo para revelar os significativos avanços em dados e inovação inclusiva, em Portugal, mas também trouxe uma lufada de ar fresco aos presentes e um desafio para arriscarem explorar novas fronteiras. Com Paulo Maia como guia, a jornada rumo a uma sociedade mais inclusiva e inovadora ganhou um impulso poderoso, orientando o Porto (e não só) em direção a um futuro no qual os dados são a chave para desvendar soluções concretas para desafios sociais.