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Rodrigo Carvalho desvenda o pulsar do Porto

No passado dia 20 de novembro, o Porto Innovation Hub promoveu mais uma edição do City Café, uma iniciativa que se tornou um espaço de partilha e reflexão sobre inovação na cidade. Desta vez, o convidado foi Rodrigo Carvalho, designer multimédia e new media artist, conhecido por explorar visuais e dispositivos interativos para criar performances, instalações e espaços imersivos, com recurso a dados. A sua vasta experiência inclui apresentações em conceituados eventos como o Sonar Festival, MutekEs, Echo, Stereolux, entre outros.

A sessão teve como foco principal o projeto “Porto Digital Beat” (PDB), uma instalação artística que utiliza dados da cidade do Porto como elemento criativo, coordenada pela Porto Digital (que também desenvolve a atividade da iniciativa Porto Innovation Hub). O convidado partilhou a sua perspetiva sobre a visualização de dados, destacando o processo criativo e o desenvolvimento do PDB.

Durante a apresentação, resumiu da seguinte forma o seu posicionamento: “vejo os dados como um elemento criativo que dá vida ao projeto artístico”. Esta abordagem trouxe desde logo uma perspetiva menos convencional sobre os dados e a sua análise, transformando números aparentemente frios em obras de arte que não só expandem a compreensão sobre os dados e a realidade que representam, mas também despertam emoções e sensibilidade para o tema.

O histórico do orador revelou um profissional que não se enquadra no estereótipo de engenheiro nem de analista de dados. De facto, Rodrigo Carvalho é especializado em artes digitais, instalações imersivas e interativas e creative coding. O orador compartilhou com a audiência exemplos do seu trabalho, incluindo performances audiovisuais em tempo real e danças interativas com geração de imagens em movimento, revelando a sua paixão pela utilização de dados em movimento.

Durante a apresentação, Rodrigo Carvalho mencionou diversas referências e projetos notáveis, como “Paint with your feet” (YesYesNo, 2011) e “Winds of Boston Data Painting” (Refik Anadol, 2017), que mostram a diversidade de aplicações artísticas de dados.

O ponto alto da apresentação foi a exploração dos projetos do próprio orador, nos quais recorreu a dados enquanto elemento artístico. Destacaram-se “Floating Satellites” (2014), que transforma a localização de satélites numa sinfonia, e “Flowing Data” (2022), que visualiza fluxos de imagens entre diferentes locais, revelando interessantes variações.

O projeto central da apresentação, o “Porto Digital Beat”, foi apresentado detalhando as suas iterações de 2019, 2022 e 2023. Rodrigo Carvalho explicou como encarou o desafio de transformar dados da cidade, cedidos pela Porto Digital, em algo visual e artístico. A utilização de um ecrã LED como meio de exibição foi uma escolha estratégica, permitindo a adaptação à variação de luz natural, uma vez que os festivais iniciam à tarde, prolongando-se noite dentro.

Em 2023, Rodrigo Carvalho revelou uma abordagem inovadora, apresentando três imagens sobre o mesmo tema, cada uma com elementos diferentes. Dados como a qualidade do ar, as viagens de e-scooters e o trânsito foram explorados, demonstrando a constante busca por novas formas de expressão.

Nesta sessão do City Café, com Rodrigo Carvalho, tivemos contacto com uma visão inspiradora sobre a interseção entre arte e dados. No seu trabalho, o convidado desafia as perceções convencionais sobre o mundo dos dados, transformando números em narrativas visuais que capturam a essência pulsante da cidade.

É possível acompanhar de perto as criações de Rodrigo Carvalho através de @visiophone, no Instagram.

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